Lidar com o consumidor final, em qualquer área, é sempre um desafio. Afinal, as pessoas e, portanto, a sociedade, mudam culturalmente com o passar dos anos e isso, evidentemente, influencia o comportamento de compra e as necessidades de consumo. Acompanhar e antecipar essas tendências, sempre oferecendo ao consumidor final o que ele realmente quer, é um dos grandes desafios do varejo.
Há menos de 20 anos era inimaginável, mesmo com a franca expansão do e-commerce, comprar um carro online. Ano passado a Renault lançou o Kwid que, por muito tempo, só poderia ser comprado pela internet. O varejo online já é uma realidade no Brasil desde o início deste século, mas, àquela época, fazer as compras do dia-a-dia pelo site do supermercado, talvez fosse algo impensável. Hoje é algo plenamente possível.
Observar essas tendências em médio e longo prazo e antecipá-las é um passo fundamental tanto para você, que já tem um e-commerce, sair à frente da concorrência, quanto para um investidor entrar e se consolidar neste mercado, cada vez mais competitivo e exigente.
Para entender essas tendências, a Forrester Research fez, a pedido do Google, um estudo sobre as tendências do varejo digital até 2021. Os resultados foram animadores para quem está na área ou deseja investir nela:
Um mercado cheio de oportunidades
Segundo a pesquisa, até 2021, as vendas de varejo online vão dobrar, em um crescimento médio anual de 12,4%. Ainda segundo a pesquisa, o impacto do varejo online em relação a todas as vendas deve aumentar 70% no período e passar a representar nada mais nada menos do que 42% de todas as vendas varejistas no mundo. O número é realmente espantoso, já que isso representa R$ 365 bilhões anuais e isso desconsiderando-se o mercado de alimentos e bebidas.
Melhores Setores
Os setores mais promissores, de acordo com a pesquisa, são:
• Artigos esportivos (deve crescer 17%)
• Livros (deve crescer 17%)
• Roupas (deve crescer 15%)
• Beleza (deve crescer 15%)
Novos consumidores
Apesar de o varejo online estar consolidado, muita gente ainda não se rendeu a esta tendência. No entanto, a expectativa é que 67,4 milhões de pessoas se tornem consumidores habituais do varejo online até 2021. Esse número representa 44% dos internautas e significa que mais de 27 milhões de internautas devem fazer sua primeira compra online no período.
Multiplataforma
O advento do smartphone e do tablet causou um grande impacto também no varejo online. Segundo a pesquisa, 30% dos internautas só acessam a rede pelas plataformas móveis. Para se ter uma ideia, até 2016, essas plataformas representavam 19% das vendas de varejo online. A previsão é que em 2021 essas vendas representem 41%, alcançado a impressionante cifra de R$ 35 bilhões.
Além disso, o estudo comprovou que a experiência multicanal é, sobretudo no Brasil, fator determinante para a compra. Ou seja, a interação entre site, aplicativo e espaço físico é decisivo na compra. Em verdade, a pesquisa mostrou que, no Brasil, os clientes que interagem com todos os canais gastam 40% mais àqueles restritos apenas à uma das plataformas.
Entenda o crescimento
A pesquisa se aprofundou também na motivação por trás desse aumento do interesse do público pelo e-commerce. Os resultados mostraram que o principal fator é o aumento da confiança do consumidor em relação ao varejo online. Isto é, segurança de dados, confiança na entrega do produto e nas informações prestadas pelo vendedor. Além disso, um número maior de consumidores ativos tem acesso à internet. Por fim, outro fator apontado como preponderante, é o aumento das Marketplace, ou seja, de lojas que contemplam diversos vendedores de diversos tipos, como Mercado Livre, E-bay ou Aliexpress.
Os números do e-commerce do Brasil
• Crescimento em 2017: 12%
• Faturamento em 2017: R$ 59,9 bilhões
• Ticket médio: R$ 194,00
Ticket Médio por setor
• Acessórios automotivos: R$ 418,20
• Calçados e acessórios: R$ 255,80
• Ferramentas: R$ 151,40
• Materiais artísticos: R$ 108,70
• Pet Shop: R$ 169,30
• Alimentos e bebidas: R$ 148,10
• Cama: R$ 411,00
• Games: R$ 128,90
• Materiais para construção: R$ 165,20
• Saúde e bem-estar: R$ 162,70
• Bebês e crianças: R$ 247,60
• Casa: R$ 257,20
• Livraria: R$ 100,30
• Moda e acessórios: R$ 248,20
• Sex shop: R$ 80,70
• Beleza: R$ 211,90
• Eletroeletrônicos: R$ 558,20
• Magazine: R$ 83,90
• Moda íntima: R$ 162,40
• Tabacaria: R$ 188,00
• Brinquedos: R$ 168,30
• Farmácia: R$ 82,50
• Material escolar: R$ 123,70
• Óticas e acessórios: R$ 454,40
Número de pacotes enviados em 2017: 203 milhões
Fontes: PEGN, Comschool