Estamos saindo de uma profunda recessão e os ânimos até 2018 definitivamente não estavam bons. As contas públicas desajustadas somadas a insegurança (jurídica, política e econômica) fizeram com que voltássemos ao PIB do início de 2010. Perdemos quase uma década! Se o tempo é nosso ativo mais precioso na vida, é natural que esta perda seja sentida e mude o ânimo das pessoas. Este tempo fez falta para os jovens que quiseram ingressar no mercado de trabalho e tiveram um atraso no início de sua vida profissional.
Mais de 26% dos jovens de até 25 anos ficaram sem emprego no Brasil em 2018. Este tempo, fez também muita falta para os profissionais que vislumbravam viver seu auge de carreira neste período, pois diminuiu significativamente, a breve janela de se estabelecer ou atingir seu ápice. Imagine um profissional com 35 anos em 2012 que “perdeu” seus últimos anos em função da crise. Hoje, aos 42 anos, ainda jovem, precisa ser bem mais assertivo em suas escolhas profissionais para não diminuir suas chances de atingir seus objetivos de vida. O erro fica cada vez menos permitido.
Por outro lado, o mundo também é outro. Muitas áreas novas foram criadas, empresas criativas e inovadoras estão surgindo no cotidiano das pessoas e o tema empreendorismo passou a ser menos desmistificado e mais admirado. As perspectivas são enormes no Brasil para os próximos anos, mesmo que alguns economistas prevejam possível desaceleração nos Estados Unidos e em outros mercados globais a partir deste ano. Se o mundo desacelerar e estivermos preparados, seremos uma excelente opção de investimento. Independente de partidos e governos, a sociedade brasileira pede pelas reformas, e se tivermos foco neste ano de ajustes, teremos muitas oportunidades daqui para frente.
Levitt e Dubner no livro Freakonomics diziam que a economia é a ciência da expectativa e usa a lógica da recompensa. Se as reformas (previdência e tributária sobretudo) avançarem em termos razoáveis, teremos uma retomada econômica importante nos próximos anos. A confiança de que voltamos a discutir — e que precisa ser discutida — aumentará a ideia de que vamos em frente. Mesmo se os novos governantes não entregarem tudo o que prometeram, com o avanço destas pautas, teremos bons resultados nos próximos 4 ou 5 anos, pois poderemos crescer usando a alta capacidade ociosa criada nesta década. Se neste período conseguirmos investir em infraestrutura, energia e formação de talentos, este último, com resultados a longo prazo, poderemos enfim, entrar em um momento especial da história.
Por isso, o primeiro melhor momento para se preparar para este ciclo de crescimento foi o ano passado. O segundo, é no primeiro semestre de 2019. Preparar-se um pouco antes de todos, sempre te dará uma vantagem competitiva importante. Se você é um profissional e está (re)pensando sua carreira, a hora de sair na frente é agora. Pessoas talentosas com grandes oportunidades estão à procura de pessoas qualificadas que queiram alavancar suas carreiras. É importante fazer suas melhores conexões neste momento.
Se você é um empreendedor é preciso ser ousado e deixar de pensar apenas na sobrevivência. Se seu negócio precisa crescer, é fundamental que sua equipe pressione a estrutura para o crescimento. Seu colaborador número 2 precisa te empurrar para o avanço. O número 3 precisa empurrar o número 2. Isso fará com que o negócio preencha várias lacunas e aproveite boas oportunidades. Geralmente, as empresas reagem juntas ao processo de retomada, e ser mais rápido deixará você na liderança. Ninguém cresce com o time sem mentalidade de fazer mais. Uma boa pergunta neste contexto é saber se o número 2 ou 3 já estão dentro da companhia. Se não, invista em trazê-los.
É sugerido para o momento que se planeje sem futurismos simplistas e que se crie gestão de negócios sem “firula”, com formação de times que pedem passagem para crescer. O ano será de ajustes, e muitas mudanças não serão populares. No Brasil inteiro, nas esferas federal, estadual e municipal, teremos que mexer, e nenhum espectro político escapará da conta que chegou para todos. O estado de Minas Gerais está entre os piores. Mas, se o humor e a expectativa das pessoas são quem ajudam a direcionar a retomada econômica e as recompensas se derivam disso, mesmo que tenhamos ajustes a fazer, por que esperarmos pelo pior?